domingo, 16 de junho de 2013

Às vezes cansa ter que dizer ou ter o que dizer...simplesmente não há nada de novo, as pessoas são as mesmas, os costumes são os mesmos, a vida - mesmíssima! Os sonhos sufocados, as gavetas lotadas de projetos impossíveis, a cabeça a borbulhar ideias inacabadas. Que importa? Quantas vezes vou morrer sem saber o fim da história, o destino das coisas, o quanto vale viver (ou morrer) por algo? Pouco vale, resmungar do meu canto obscuro as mazelas que não conseguirei evitar, simplesmente pelo fato de sofrer por elas e por não poder mudá-las. "A morte é inocente", disse Nejar, mas NÓS somos sujeitos - ou deveríamos ser - de tantos predicados, ou simplesmente objetos, indiretos? O mundo é vasto e diverso demais para não enlouquecer pensando nele. A simples chuva que cai agora me transporta às esquinas frias e escuras, sob papelões úmidos e sujos que abrigam vidas imunes às minhas reflexões. Às reflexões de qualquer um. Às próprias reflexões. A chuva é fria e democrática, e desafia qualquer entendimento...simplesmente porque ela cai sem pedir licença, autorização e sem determinar sua causa - simplesmente cai e cairá, a noite inteira, e molhará tanto os telhados quanto os papelões sujos das esquinas. Não há nada de novo e nada a fazer, a não ser morrer de novo, e de novo, até a derradeira, e esperar o silêncio inaudito e glorioso de não pensar em nada...

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